17 janeiro 2012

Cabeça de Vento


"E a cabeça foi passear.
Foi para um canto remoto de algum bosque pensar sobre as asas dos passarinhos.
Foi fazer diálogos imaginários.
- Como o dia está lindo.
- Concordo, meu bem.
Foi correr com algum animal na beira do rio.
Encontrou o pólen dentro de alguma flor. Sugou tudo e saio voando novamente.
Pensou em você, seja você quem for.
Imaginou futuros possíveis - e impossíveis.
Pensou em voar, pensou em chorar, pensou em evoluir.
Viu aplausos e vaias. Se atentou ao olhar, um pouco apaixonado, um pouco amargo.
Foi para um canto remoto no qual o medo mora. E lá era escuro.
Correu novamente, porque é só isso que se pode fazer. Correr dentro de si mesma.

E num estalo, a realidade."

Um comentário:

Juliana Cimeno disse...

É muito belo observar as pessoas que vivem correndo, mas é uma droga ser uma delas, mesmo que ocasionalmente.