27 junho 2011

El Amor

Não que eu esteja amando. Não, na verdade estou. Mas por determinadas coisas, por determinadas pessoas, já que minha amada parceira de blog declarou livre o Poliamor. Por que não, afinal?
Dias atrás um amigo perguntou se eu gostava de Arnaldo Jabor, falei que sim. Mas fazia tanto tempo que eu não lia nenhuma crônica do Jabor. Senti-me em dívida com aquele amigo. Certa noite, a amiga insônia lembrou do Jabor e lá fui atrás de algo pra ler sobre ele. Eu sabia que tinha algumas coisas em casa. - (Eu devo ter um fã clube de traças por guardar tanto papel velho, mas nunca inúteis) - Catei alguns papéis, joguei outros tantos pelo chão e achei o Jabor entre uns trabalhos de Introdução a Filosofia.
A crônica que li falava que estávamos precisando mais de amor e menos de sexo automático. Na hora não prestei atenção, li outras vezes, mostrei pra vários amigos. Uns concordaram, outros ficaram revoltados com Jabor, outros tantos nem sabiam quem era Arnaldo Jabor.
Pois eu, logo eu, que não tenho um relacionamento sério e estável há quase 3 anos, defendo o Jabor. Mas a meu modo. Sem os moralismos da vida e fazendo coro ao Poliamor.
Eu preciso de amor, sinto-o, vejo-o e respiro-o de vários modos. Em todas as coisas, em todos os lugares, em algumas pessoas. Acredito que tudo varia de como vemos, como agimos e reagimos a tudo.
Jabor está certo. Queremos amor, mãos dadas por aí, risos bobos, "e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...".
E tudo devido a correria, a educação, ao condicionamento que recebemos há alguns séculos. Então, ultimamente tenho preferido parecer ridícula, brega, sem pensar muito na opinião de quem me cerca e demonstrado meu amor a tudo que amo, que amei, que passei a amar 7 segundos atrás.

Fotos via: Vamos que Podemos

20 junho 2011

Everything in its right place


Domingo às 23hrs, o que tu estavas fazendo?
As anotações na minha agenda cobriam toda a superfície do papel com compromissos acadêmicos e prazos inadiáveis que cobravam minha consciência de não estar cumprindo nenhum dos tópicos que eu anotei há um mês.
E então?
Adiei mais um pouco. Tinha sede da lua, das gotas fracas de chuva, fome de não fazer o que eu deveria estar fazendo, vontade de estar no lugar errado, desejo de ir até onde eu sei que não podia.
Foram muitas as vezes que esse meu nadar contra a corrente me rendeu noites sem dormir, tentando recuperar o tempo que eu gastei ao ficar conversando em um banquinho de praça com minha parceira de blog ou devorando meus Morangos Mofados. Noites angustiantes em que o "preciso terminar preciso terminar preciso terminar preciso" martela até eu me prometer que não, nunca mais vou deixar tudo pra cima da hora. Promessa esta que eu esqueço pela manhã.
É o meu espírito, eu te digo. Quais serão teus argumentos se eu te disser que estou fazendo justamente o que eu quero? Tu desejas o mesmo.
"Tua vida seria mais fácil se cumpristes tudo como deves."
E quem disse que eu quero uma vida mais fácil?
Vem, me dá a mão.

Domingo, 23hrs e nós caminhávamos pelas ruas desertas sem nos importarmos com a hora de voltar pra casa.


11 junho 2011

Triálogo e poliamor


- Sabe de uma coisa? Tem um lance que eu não consigo entender..
- O que?
- Ainda tem vinho aí?
- Porque nós temos que amar uma pessoa só. Eu não posso concordar com isso, sabe? Somos seres tão complexos, desconhecidos, misteriosos no sentido de sermos os inventores de um mundão de teorias, tecnologias..
- Do que vocês tão falan..
- Shiii..
- Eu mesmo, por exemplo. Eu amo uma porção de coisas, ínfimas, bobas, sérias, tanto faz. Amo os tons de azul ao longe, no horizonte, quando faz mais ou menos 6hrs da tarde, lá no meu bairro. Amo minhas fotografias antigas, teu cabelo desgrenhado, aquele brinco de estrelinha, o timbre da tua voz quando você fala meu nome.
- Temos que sair pra comprar mais gelo, já tá no finalzinho.
- Caralho, te aquieta mulher..
- Então, como seres complexos que somos, ainda assim não é aceitável que você possa amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Eu não entendo porque nós temos que canalizar nossos sentimentos e pensamentos pra uma única pessoa. Porque nós não podemos sentir amor como também poliamor...
- Poliamor?
- Mano, vocês estão trêbadas, hein?
- É, poliamor. Sentir, amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, sem que um anule o outro. Sem que você esteja sendo covarde, injusta, trapaceira. Poliamor como o que eu sinto agora, pelo meu namorado, pelo meu professor da auto-escola e pelo guri que eu vi uma única vez entrando em um ônibus, semana passada.
- Mas isso não é amor...
- E alguém sabe o que diabos é, então? Se eu o sinto, isso automaticamento não o torna verdadeiro?
- Quem?
- O amor. Pelo meu namorado, meu professor de história e..
- Não era o professor da auto-escola?
- É, por ele também. O ponto aqui é que eu sou muitíssimo capaz de amar todas essas pessoas eternamente, até o próximo mês ou deixar de ama-los ainda esta madrugada. Ainda assim isso é amor pra mim. É terno, suave, bonito, acolhedor. É amor pra mim porque, se nada pode ser eterno, o amor não é a exceção da mesa. O amor também tem duração. A gente diz que não, que se acabou é "porque não era amor". Mas eu senti, eu fui feliz, me fez bem!
- Talvez nós digamos isso, sobre não ter sido amor porque acabou, como uma forma de nos consolarmos, sabe? "Ainda tenho chance, ainda tenho jeito. Isso aconteceu porque não foi amor de verdade", como uma desculpa pra não nos deixarmos abater..
- Exatamente... Mas foi amor. Nem que tenha durado os 2 minutos e meio em que você viu o guri barbudo caminhar e entrar no ônibus e que nesses 2 minutos e meio você se imaginou indo ao cinema com ele e teu coração bate forte, e foi bonito. E só.
- É, as pessoas procuram especificar tanto as coisas, mesmo as mais simples. "Cada uma dessas 12 vassouras são diferentes entre si, cada uma serve pra determinado tipo de ambiente.." E o amor é só amor. Por ti, pelos amigos, duradouro, passageiro. Amor é só amor.
- Faz sentido?
- Não, não faz.
- É, não faz.

09 junho 2011

O Estranho


Como eu disse no primeiro post, a Nathy domina quando o assunto é cinema. E sabe? Nos últimos meses ela fez parte da equipe de produção de um curta. Não, eu não sei lhufas sobre ele. Exceto que "está muito bacana", segundo Natascya Melo.




Dia 18 e 19 de Junho, às 19hrs no Cine SESC (Mecejana). E o melhor: Entrada Franca!


Corre negads!

06 junho 2011

Enchente

Pensei de vários modos de como falar sobre esse assunto. Mas não há um modo sensível, ou pelo menos literário de fazer isso.
Aqui no caso, entra mais a área da Nathy, que no caso é fotografia. Mas dessa dupla sertaneja, eu sou a mais vagau, logo, irei postar duas fotos para vocês verem o que tanta chuva está fazendo.

A orla Taumanan antes:



A orla Taumanan hoje de manhã:



A água está acima dos bancos. E essa é a foto menos (hmmmm, digamos) assustadora. Os bairros próximos ao rio Branco estão há duas semanas alagados. A água chega a 40cm em algumas casas. É a maior enchente dos últimos 35 anos.
Hoje, faço o que posso pra ajudar. Seja doando algo, ou abrigando parentes e amigos em casa.
Espero que as pessoas simplesmente não voltem para suas casas sem resolver mudar algo. E que também não esperem pelo governo.

02 junho 2011

Abelha no Café

Qualquer coisa me faz divagar. É algo muito simples. Basta que não tenha ninguém me mandando fazer algo. Por exemplo, posso estar sentada ao seu lado, te ouvindo falar sobre qualquer coisa, mas quando você menos esperar, estarei observando como a luz do sol bate em certa folha daquela planta que está na nossa frente. É simples, é bom. Você devia tentar às vezes.
É bom se desligar.
Você já viu abelhas que gostam de café?
Eu já.
Quase arranjo briga com duas hoje por causa do meu café. Mas não sou de briga, então bebi minha parte do café e deixei um pouco para as duas. Elas enrolaram bastante até ver que o que estava na caneca era pra elas. E ia uma de cada vez. Achei isso magnífico. Se fossem humanas, teria dado briga e o café teria derramado. Achei incrível também elas gostarem de café amargo. Sempre achei que abelhas gostavam de açúcar. Mas "todo penso é torto".
O sol já estava baixinho e elas ainda estavam lá aproveitando o café. Eu tinha que encontrar alguém, mas como não conseguia prestar atenção em mais nada além das abelhas, nem me preocupei. Elas voavam silenciosamente, revezando a vez e ficando cada vez mais ativas. Alegres, vivas.
Eu sei que não é fácil se desligar. Há tantas coisas pra se pensar, pra se fazer, pra planejar... Mas me diga, porque não apenas sentar e olhar? Respirar? Fechar os olhos e sentir os cheiros ao redor?
O que sempre vejo "é cada um por si na sua própria bolha de ar".
Eu sei, sei que é difícil. Acha que sempre fui assim?
Ai, ai... Dói lembrar quando tudo me prendia e nada me pertencia.
As abelhas voando sobre a caneca de café. Esse não é o lugar delas. Deviam estar nas flores, nas frutas. E não em uma caneca de café.
Eu sentada na varanda, com uma caneca de café e um caderno cheio de pensamentos. Esse não é meu lugar. Esse é um dos meus lugares.
É tão fácil, tão simples. Mas eu te vejo complicar tudo. Já te disse, esquece o problema, pensa na solução. Logo, logo ela aparece. E se não tiver? Ora bolas, se não tem solução, então não tem problema a ser resolvido.
Estou falando bonito, não é? Eu sei. Também estou impressionada com essas palavras otimistas. Mas veja bem, eu bebi café, está um clima bom, estou na minha varanda e tem abelhas voando no meu café. Bom, era meu café. Mas não tem problema, elas dão uma cor especial a esse fim de tarde em que passo mais uma vez sem você.