26 abril 2013

no alarms


Te chamei pra um café mês passado.
Tu não pode ir.

Te chamei pra uma cerveja essa semana.
Tu tinhas compromisso.

Te chamei pra qualquer-coisa-um-filme-um-papo-um-giro-por-aí.
"Vou viajar amanhã", tu disseste. "Quero ir de avião, olhar as nuvens. Nos vemos depois?"

Eu disse sim.

Comprei todas as vagas do avião, pro destino que você queria ir, pra ver se assim nós nos esbarrávamos por aí.

Tu foste de trem.

15 abril 2013

"Não há limites, Fernão?"


Li sobre A história de Fernão Capelo Gaivota durante o ensino médio. Tempo esse em que eu vivia na biblioteca. Bom, eu ainda vivo na biblioteca. (mas intercalo em mesas de bar).
Hoje reencontrei o livrinho enquanto olhava a estante de livros de um professor-amigo, ou amigo-professor. Li durante o horário de almoço, meio que relembrando as falas, meio que tentando encaixar minha vida na de Fernão Capelo Gaivota. É uma leitura rápida e com fotos lindas de gaivotas. (se não lestes, faz o favor de ir atrás).
Mas não precisa ser necessariamente uma leitura rápida. Pelo menos não da primeira vez.
Fernão Capelo Gaivota divide-se em três partes, já a minha vida divide-se em tantas. Não sei quem disse que Fernão é "um hino à liberdade". Mas está lá na capa do livro, junto com outras frases que se não fossem as fotografias de Russel Munson, eu jamais teria lido o livro. (mentira, se alguém de confiança indicasse, eu teria lido sim).
E é basicamente sobre isso. Sobre a liberdade. Dá pra criar muitos debates acerca da liberdade, mas o ponto essencial aqui é:

" - Por que será - interrogou-se Fernão - que a coisa mais difícil do mundo é convencer um pássaro de que é livre e de que pode prová-lo a si próprio se se dedicar a treinar um pouco? Por que será tão difícil?"


Eu me pergunto isso quase todos os dias.

01 abril 2013

Nota mental


Parte I: Angela 
(2:51 da madrugada de domingo)

Deu pause no filme, assistia La Science des Rêves, de Michel Gondry, pensou "Angela vai adorar esse filme", e escreveu com caneta azul na palma da mão: filme Angela. E viu ao restante do filme. 



Parte II: Marianne
(3:03 da mesma madrugada de domingo)

"Preciso anotar tudo o que tenho que fazer amanhã" não tinha papel, anotou na coxa esquerda, um pouco acima do joelho, com um marca-texto pink: ligar Marianne. Pensou um pouco mais nos outros afazeres. "Amanhã organizo o resto, isso basta." E dormiu minutos depois.