12 setembro 2011

Curvas e até Ladeiras

E a gente ia, seguia sempre olhando as estrelas, sentindo o vento bater de leve no rosto, ouvindo os acordes do violão que já iam longe, tentando segurar com a ponta dos dedos a memória dos risos...
Dançando com o vento. Era assim. Dançando com o vento.
E indo, sempre indo. E tentando, sempre tentando de algum modo, levar todo mundo com a gente pra onde íamos. O meu todo mundo, o seu todo mundo, uma mistura de mundos que se complementavam não perfeitamente, mas do modo que convinha, todos dentro de uma conchinha feita por nossas mãos. Protegidos talvez de nós mesmos, de nosso amor, de nossos medos. Mas protegidos.
E se olhassemos pra cima, haveria tantas conchinhas nos englobando, tantas, tantas que quase não haveria céu pra apreciar. Mas eles sabem, o amor diz pra eles que o céu gosta da gente. Sim, ele gosta. A gente também.
"O nosso andar vai junto, porque os meus pés são os seus e os seus estão nos meus pés."
E sem exigir nada, sem exigir tudo... A gente vai indo.
Pra'qui, pra'colar o amor em tudo que é lugar. Pra mostrar que hora não existe, só o vento. E a gente vai indo, olhando as últimas estrelas que saem antes do nascer do sol. Iguais a gente na rua, o som, o vento, nossos pés, por curvas e até ladeiras. Subindo, descendo, pulando, rindo. Indo. Sem se preocupar com a hora, com o que há de se fazer depois. Indo, rindo, indo, subindo até o céu da boca. E indo, numa algazarra sem medida, por vezes acompanhada de preguiça. E indo. Rindo junto.
E levando todo mundo numa música, numa blusa, num beijo na bochecha, Pra'qui, pra'colar o amor em tudo que é lugar.

Um comentário:

Nathy. disse...

Caminhemos, pois.
De mãos em conchinhas, na chuva, sol, vento. O que seja. O que você quiser.

É o que tempos pra hoje.

Sempre me inspirando. Como ar.