Hoje te vi chorar.
Não foi a primeira vez, nem segunda. Mas hoje tuas lágrimas falavam mais que tua boca. Normalmente teus olhos falam mais que a boca. E te ver ali, largada no banco, pendurando-se num fio de certeza que de tão fino só não partia-se em dois porque tu ainda respirava e por outros motivos que só tu podes dizer.
Tua angústia berrava pelos poros da tua pele, misturava-se ao suor e a poeira da estrada que repousava sobre ti. O sol firme no céu e eu desejando que tu ficasse firme também. Não tinha vento e o não ter vento me fazia ouvir os teus batimentos cardíacos lentos, indesejosos dessa vida que te obriga a planejar mundos e fundos até para teus netos que ainda nem existem. Teus ombros caídos, o peso do certo e errado sobre eles. O certo e o errado nas tuas costas, longe do alcance dos teus olhos, impossibilitando-te de escolher um dos dois.
E eu ali, do lado, calada a mordiscar uma maçã sem gosto algum, sem fome alguma. Era meu pretexto por não saber o que falar. Por saber que estava no mesmo barco, no mesmo carro, no mesmo avião, na mesma garupa, no mesmo chão... E ainda assim não saber o que falar.
Joguei metade da maçã fora.
Avancei sobre ti e comecei a arrancar tuas angústias, elas esperneavam na minha mão. Joguei-as no chão e o sol encarregou-se de queimá-las. Então teus batimentos voltaram a pulsar uma melodia linda, começou a ventar e de ti emanava uma bela canção...
Pisquei.
Estavámos bebericando café.
Pisquei.
Você estava flutuando em uma piscina. Tive curiosidade em saber qual era a sensação.
Pisquei.
As angústias esperneavam no chão.
Pisquei.
O vento passava por ti fazendo música como numa flauta doce.
Pisquei.
Estava no chão. Respirando fraquinho. Pensando tanto que parecia estar em transe.
Pisquei.
Desejei realmente poder livrar-te de tudo que te faz chorar. Logo eu, que não chego a ser nada, desejei.
Tua angústia berrava pelos poros da tua pele, misturava-se ao suor e a poeira da estrada que repousava sobre ti. O sol firme no céu e eu desejando que tu ficasse firme também. Não tinha vento e o não ter vento me fazia ouvir os teus batimentos cardíacos lentos, indesejosos dessa vida que te obriga a planejar mundos e fundos até para teus netos que ainda nem existem. Teus ombros caídos, o peso do certo e errado sobre eles. O certo e o errado nas tuas costas, longe do alcance dos teus olhos, impossibilitando-te de escolher um dos dois.
E eu ali, do lado, calada a mordiscar uma maçã sem gosto algum, sem fome alguma. Era meu pretexto por não saber o que falar. Por saber que estava no mesmo barco, no mesmo carro, no mesmo avião, na mesma garupa, no mesmo chão... E ainda assim não saber o que falar.
Joguei metade da maçã fora.
Avancei sobre ti e comecei a arrancar tuas angústias, elas esperneavam na minha mão. Joguei-as no chão e o sol encarregou-se de queimá-las. Então teus batimentos voltaram a pulsar uma melodia linda, começou a ventar e de ti emanava uma bela canção...
Pisquei.
Estavámos bebericando café.
Pisquei.
Você estava flutuando em uma piscina. Tive curiosidade em saber qual era a sensação.
Pisquei.
As angústias esperneavam no chão.
Pisquei.
O vento passava por ti fazendo música como numa flauta doce.
Pisquei.
Estava no chão. Respirando fraquinho. Pensando tanto que parecia estar em transe.
Pisquei.
Desejei realmente poder livrar-te de tudo que te faz chorar. Logo eu, que não chego a ser nada, desejei.
P.s.: pra mim. Do meu Oskar.